Como fazer uma monografia

Os passos para se elaborar uma monografia são apresentados neste texto, de forma sintética, buscando orientar estudantes que têm a missão de redigir um trabalho monográfico.

 

Tema deve ser

delimitado

Veja aqui alguns critérios que podem auxiliá-lo a ter

êxito nesta etapa de

definição da pesquisa.

 

Problema com o

problema?

A formulação do problema é crucial para bom êxito da

pesquisa. Saiba como ela

ocorre.

 

O que é pesquisa? Para que se pesquisa em ciências sociais aplicadas?

 

Artigo explica como apresentar objetivos gerais e específicos do projeto

 

Pesquisa tem que ser relevante; projeto deve indicar sua

importância social e científica

 

quarta-feira, 9 de dezembro de 2009

Biblioteca digital

Dentro de nossa política de divulgar endereços na net que estimulem a produção do conhecimento científico, recomendamos a biblioteca digital Domínio Público, mantida pelo Ministério da Educação. Trata-se de uma biblioteca alimentada com obras de domínio público ou cuja publicação foi previamente autorizada pelos autores. Permite o acesso a centenas de teses acadêmicas, bem como a obras da literatura e música. Para acessar, basta clicar aqui.

domingo, 29 de novembro de 2009

Revisão com metanálise: um exemplo

Para ilustrar o post anterior, sugiro a leitura de uma dissertação de mestrado em Psiquiatria defendida na UFRGS, na qual se procede uma revisão sistemática com metanálise. Reproduzo abaixo o resumo para uma visão geral do texto e disponibilizo o link do estudo integral aqui.

Revisão sistemática e meta-análise do uso de antidepressivos no transtorno de ansiedade generalizada

Autor:  Ricardo Ludwig de Souza Schmitt

Revisão da Literatura: O Transtorno de Ansiedade Generalizada (TAG) é caracterizado por preocupação excessiva, persistente e incontrolável sobre diversos aspectos da vida do paciente. Tem prevalência entre 1,6% e 5,1% e índice de comorbidades de até 90,4%. As principais comorbidades são depressão maior (64%) e distimia (37%). Os antidepressivos podem ser eficazes no tratamento do TAG. A Medicina Baseada em Evidências (MBE) busca reunir a melhor evidência disponível com experiência clínica e conhecimentos de fisiopatologia. A melhor maneira disponível de síntese das evidências é a revisão sistemática e a meta-análise. Objetivos: Investigar a eficácia e tolerabilidade dos antidepressivos no tratamento do TAG através de uma revisão sistemática da literatura e meta-análise. Sumário do artigo científico: A revisão sistemática incluiu ensaios clínicos randomizados e controlados e excluiu estudos não-randomizados, estudos com pacientes com TAG e outro transtorno de eixo I. Os dados foram extraídos por dois revisores independentes e risco relativo, diferença da média ponderada e número necessário para tratamento (NNT) foram calculados. Antidepressivos (imipramina, paroxetina e venlafaxina) foram superiores ao placebo. O NNT calculado foi de 5,5. A evidência disponível sugere que os antidepressivos são superiores ao placebo no tratamento do TAG e bem tolerados pelos pacientes.

sexta-feira, 27 de novembro de 2009

Revisões sistemáticas e metanálise

As revisões bibliográficas sistemáticas constituem um capítulo à parte na metodologia. Isto porque, são de grande importância no campo das pesquisas em saúde, mas pouco conhecidas nos outros campos. Por isso, minha resposta à Shirleine requer um tópico especial.
Revisões sistemáticas são "investigações científicas, com métodos pré-planejados e que reúnem estudos originais como sujeitos" (Drummond, Silva, Coutinho 2004: 54). Ou seja, são trabalhos de caráter científico, visando uma melhor conduta clínica, baseados na revisão de estudos primários. Podem buscar sistematizar artigos sobre diagnóstico, prognóstico e risco.
As fontes de um estudo de revisão são, portanto, artigos provenientes de estudos originais disponíveis em um banco de dados (MEDLINE ou EMBASE, p. ex.). Por sistematizarem os resultados de investigações primárias, as revisões sistemáticas constituem estudos integrativos.
As revisões sistemáticas podem ser qualitativas ou quantitativas. As revisões qualitativas são aquelas que sumariam os dados de estudos primários, mas sem a preocupação de combinar os estudos. São também chamadas revisões narrativas (Drummond, Silva, Coutinho 2004: 55).
Já as revisões sistemáticas quantitativas, utilizam métodos estatísticos para combinar os estudos e avaliar seus resultados. Esse tipo de revisão é conhecida como metanálise.
Segundo Eliézer Silva (2004: 54), o autor de uma revisão sistemática segue a seguinte sequência metodológica:
- determina claramente o tema a ser revisado;
- identifica, seleciona e avalia criticamente a qualidade dos estudos primários (constituem estudos clínicos controlados, randomizados e duplo-cego? compara conduta a um padrão-ouro?)
- coleta e sintetiza as informações relevantes quantitativamente (metanálise) ou qualitativamente (narrativa);
- elabora conclusões.
Bem, espero que tenha ajudado com essas observações. Até logo.

SILVA, Eliézer. Como avaliar e interpretar a literatura médica. In: DRUMMOND, José Paulo, SILVA, Eliézer, COUTINHO, Mário. Medicina baseada em evidências. 2ª ed. São Paulo: Atheneu, 2004.

segunda-feira, 19 de outubro de 2009

Portal de revistas em ciências humanas e sociais

O Persee, portal de revistas acadêmicas francesas em ciências humanas e sociais, disponibiliza milhares de artigos completos nas mais diversas áreas - história, antropologia, sociologia, entre outras. Em francês e gratuito. Visite aqui.

quarta-feira, 2 de setembro de 2009

As perguntas movem a ciência

“Não são as respostas que movem o mundo. São as perguntas.”
Assim, a campanha publicitária da Futura conseguiu definir muito bem o papel da ciência, em qualquer um de seus ramos: questionar, refletir e indagar.
Quem somos e para onde vamos? Quais as causas das crises econômicas? Como o cérebro funciona? Essas são exemplos de algumas perguntas que o homem tem feito desde os primórdios.
Em metodologia, damos o nome de problema à pergunta ou conjunto de perguntas que um pesquisador ou mesmo uma ciência se propõem a responder. Uma ciência só existe em função dos problemas que são por ela colocados.
Desta forma, parafraseando o canal Futura, são as perguntas que movem a ciência.

'Não são as respostas que movem o mundo'

sexta-feira, 14 de agosto de 2009

Para quem pesquisa e quer publicar em psicologia

Uma dica para os que estudam e pesquisam em Psicologia e querem publicar artigos ou elaborar periódicos na área: o livro Publicar em Psicologia, redigido por docentes e bibliotecários da USP, sob patrocínio do Conselho Federal de Psicologia, está disponível para download gratuito no blog dos editores. Em uma apresentação clara, os autores e colaboradores analisam o artigo científica sob a ótica editorial, orientam sobre como preparar um artigo e esmiuçam o processo de editoração de uma revista científica em Psicologia.

sábado, 1 de agosto de 2009

Referências devem seguir padrão da ABNT

O questionamento a seguir foi encaminhado por um internauta: “Como saber qual a norma que deve ser seguida? Existe um lugar que forneça as últimas atualizações da ABNT? Pois é uma boa desculpa dizer que não está seguindo as normas-bases – NBR 6023/2002 e NBR 10520/2002, por exemplo –, porque se está seguindo um adendo da NBR que ninguém conhece”.
Pois é, a questão das normativas técnicas de referências e apresentação de trabalhos acadêmicos não costuma ser muito clara em nossas instituições de ensino, realmente.
O site da Associação Brasileira de Normas Técnicas (ABNT) aponta que as duas normas citadas pelo internauta NBR 6023/2002 (sobre referências bibliográficas) e a NBR 10520/2002 (citações em documentos) estão em pleno vigor. No entanto, tais normas são comercializadas pela ABNT, o que dificulta o acesso do estudante ao texto integral das normativas. Importante observar que as duas normas citadas trouxeram modificações em relação às anteriores. A 6023, por exemplo, trouxe referências de documentos eletrônicos (internet e e-mails) e materiais especiais, como mapas.
O que ocorre, no entanto, é que as próprias faculdades fazem adaptações da norma da ABNT, em conformidade com suas necessidades específicas.
Em alguns casos, os manuais de normalização dessas instituições não são completos, exigindo que além da consulta à norma institucional, o aluno ou professor tenha que recorrer também à ABNT. Quando o trabalho (tese ou TCC) vai então para a banca, aí ocorrem as situações inusitadas: conflitos de normas são apontados e o aluno (de graduação ou pós-graduação) fica “vendido”.
Agora, curioso foi o que nosso amigo internauta apontou: volta e meia alguém cita um “adendo” desconhecido da norma técnica para justificar suas posições. Dá a impressão que as normas, mesmo existindo e sendo padronizadoras, são uma espécie de terra de ninguém acadêmica. Um acesso mais amplo a elas poderia ajudar a diminuir esse tipo de situação.

segunda-feira, 27 de julho de 2009

Roteiro para seminário de pesquisa

Começaremos na próxima semana as apresentações dos seminários de pesquisa, cujo objetivo é relatar o andamento das pesquisas que dão base à elaboração do trabalho de conclusão de curso.
Além de preparar o aluno para a etapa vindoura da apresentação do TCC perante a banca e auditório, estes seminários serão de grande importância para diálogo, troca de experiências entre os colegas da sala, permitindo reorientação dos rumos do trabalho.
Cada aluno terá cinco minutos para expor para a sala os seguintes aspectos:
- Título provisório do trabalho
- Delimitação do tema e caracterização do objeto
- Identificação do tipo de pesquisa
- Problema de pesquisa
- Técnicas e procedimentos de coleta de dados
- Estágio atual do andamento do trabalho
Além da exposição oral, cada aluno deverá apresentar um texto sucinto com as informações solicitadas no roteiro. As apresentações serão seguidas de debate e questionamentos visando esclarecer pontos. Um bom trabalho a todos.

quinta-feira, 18 de junho de 2009

Citação indireta, a paráfrase

Além das citações textuais (ou diretas), um recurso muito utilizado nos textos acadêmicos são as chamadas citações indiretas ou paráfrases.
Parafrasear é reescrever, com nossas palavras, o pensamento de um autor, com o intuito de deixar o texto mais objetivo. Grandes trechos de uma obra podem ser citados como paráfrase, evitando-se longa e desnecessária cópia.
A paráfrase exige cuidados, como manter-se fiel à informação e à ideia do texto original parafraseado, além de se fazer remissão à fonte, sempre.
Cuidado com este ponto, pois uma paráfrase não é plágio. No entanto, um texto parafraseado, sem a devida fonte, torna-se um plágio. Este pode ser voluntário (proposital) ou involuntário, fruto de uma citação indireta mal feita.

domingo, 7 de junho de 2009

Quando e como citar


As citações figuram como importantes elementos na composição do trabalho acadêmico, seja do artigo ou da monografia. São elas que nos dão apoio e referencial das ideias que vamos refutar ou que pretendemos endossar.
No entanto, é preciso empregá-las com cautela. Temos visto muitos textos por aí que são verdadeiras obras do ctrl+c e crtl+v, o famoso recurso de copiar e colar.
Para que nossas produções intelectuais não se assemelhem a um patchwork - colcha de retalhos, alguns critérios precisam ser observados. Umberto Eco, em seu livro Como se faz uma tese (1998, p. 121-126) dá 10 orientações sobre como e quando citar. Vejamos suas sugestões:
1. A amplitude do uso de citações justifica-se apenas para textos que são objeto de nossa análise. Apensas documentos ou fontes primárias merecem profusão de citações em um texto;
2. Para os textos secundários, comentaristas e doutrinadores, a regra que vale é a do comedimento nas citações. A literatura crítica só é citada quando corrobora ou confirma nossa interpretação;
3. A citação de um texto pressupõe compartilhamento. Caso não façamos nenhuma crítica ao texto citado, pressupõe-se que compartilhamos da ideia do autor;
4. As citações exigem remissão clara ao autor e à obra por meio de referências ou notas;
5. As fontes primárias devem ser citadas a partir da edição crítica ou a mais conceituada;
6. As citações de textos em língua estrangeira exigem a transcrição do trecho original em nota de rodapé;
7. As citações breves (até três linhas) são feitas no próprio corpo do texto;
8. Para as citações longas (mais de três linhas), recuamos o texto quatro centímetros à direita, de forma blocada, com fonte menor;
9. As citações devem ser fiéis: não se pode mudar a forma de expressão do autor. Sublinhados, interpolações (comentários no meio de uma citação) e elipses (cortes de texto) devem ser expressamente indicadas;
10. Como diz Eco, "citar é como testemunha em um processo". Além da fidedignidade da informação, a fonte precisa ser indicada de forma clara, para que possa ser averiguada por todos.
Em síntese, o que vale mesmo é o bom senso do pesquisador. No mais, vale a regra: citamos um texto que em seguida será interpretado ou citamos um texto em apoio à nossa própria interpretação.

segunda-feira, 1 de junho de 2009

Orientação bibliográfica sobre monografia

A produção sobre metodologia e monografia é vastíssima, compreendendo obras dos mais diversos níveis e enfoques teóricos-metodológicos.
Assim, ao sugerir livros acerca do assunto, tive que fazer uma escolha, muitas vezes guiada por afinidades ou por considerar satisfatórias as abordagens dos autores em muitos dos aspectos concernentes à elaboração da monografia.
De forma alguma a biliografia apontada aqui é exaustiva. Ela procura listar, apenas, algumas obras essenciais para quem está fazendo uma monografia em ciências humanas ou ciências sociais aplicadas.
Obras clássicas - Os trabalhos listados abaixo podem ser considerados clássicos entre a bibliografia em língua portuguesa sobre monografia. São metodologicamente consistentes e auxiliam o trabalho dos estudantes e pesquisadores independentemente do nível ou da área:
ECO, Umberto. Como se faz uma tese. São Paulo: Perspectiva, 1998.
SALOMON, Délcio Vieira. Como fazer uma monografia. São Paulo: Martins Fontes, 2001.
Monografia em Administração - Duas obras que focalizam o trabalho de conclusão de curso em Administração:
ACEVEDO, Claudia Rosa; NOHARA, Juliana Jordan. Monografia no curso de Administração. São Paulo, Atlas, 2004.
VERGARA, Sylvia Constant. Projetos e relatórios de pesquisa em Administração. São Paulo, Atlas, 2005.
Monografia em Contabilidade - Em Ciências Contábeis, um bom manual foi organizado pela professora Ilse Beuren:
BEUREN, Ilse Maria (org.). Como elaborar trabalhos monográficos em contabilidade. São Paulo, Atlas, 2003.
Monografia em Direito - A bibliografia de TCC na área de Direito é enorme, mas um texto clássico nesta disciplina é: LEITE, Eduardo Oliveira. A monografia jurídica. 6ª ed. São Paulo: Editora Revista dos Tribunais, 2003.
Como dissemos, a relação apresentada aqui é bastante parcial, mas pode ser bastante proveitosa para aqueles que procuram uma bibliografia mais consistente sobre trabalho monográfico e projeto de pesquisa.

quinta-feira, 28 de maio de 2009

Estrutura do artigo científico

Um artigo científico é, como define a ABNT, “parte de uma publicação com autoria declarada, que apresenta e discute idéias, métodos, técnicas, processos e resultados nas diversas áreas do conhecimento”.
Sua estrutura compreende elementos pré-textuais (título, autoria, resumo/abstract), textuais (introdução, revisão de literatura, apresentação e discussão dos dados) e pós-textuais (referências, anexos e apêndices).
Para uma visão da estrutura do artigo e de seus componentes segundo a norma da ABNT, recomendo o texto Como elaborar artigo científico.


segunda-feira, 4 de maio de 2009

Espírito científico

No artigo Espírito Científico, Francisco Sainz aborda a intrincada questão do conhecimento científico à luz da lógica e da filosofia. O autor se propõe a apresentar o conhecimento científico, suas etapas e sua forma particular de raciocínio, em contraposição ao conhecimento dogmático. Longe de querer tornar absolutas as verdades científicas, o autor exprime de modo claro o caráter falível e dinâmico da ciência, sem deixar de evidenciar o quanto este tipo de conhecimento é sistemático. Texto para leitura e discussão em sala.

terça-feira, 28 de abril de 2009

Conhecimento científico e conhecimento popular

Quando tratam dos diferentes tipos de conhecimento, os manuais de metodologia, ciência ou filosofia geralmente opõem o conhecimento científico às formas de conhecimento popular, numa dicotomia aparentemente insuperável.
Há justificáveis razões para isso, afinal o conhecimento científico é sistemático, factual e aproximadamente exato, enquanto o saber popular é qualificado como subjetivo, assistemático, valorativo e inexato.
A ruptura entre conhecimento popular e científico (ou erudito e popular) em nossa cultura é uma herança da revolução científica no Ocidente, desde Copérnico, passando pelo pensamento inaugurador da modernidade, o Iluminismo. Mesmo na pós-modernidade, quando se relativizam as certezas e a própria noção de verdade, a ciência não perde seu papel central na cultura, atestando o saber que pode ser reconhecido como válido ou legítimo.
No entanto, embora possamos apontar diferenças entre as duas formas de saber, é preciso reconhecer que o primado do científico em detrimento do popular é produto de um auto-centrismo cultural, que invalida todo saber produzido fora dos ambientes legítimos.
Dois exemplos, em dois ambientes diferentes: a sala de aula e o consultório médico. No consultório, frequentemente se percebe o embate entre os saberes populares (trazidos pelo paciente, sobretudo de camadas menos abastadas da sociedade, com suas etiologias e receitas próprias para cura) e científico (materializado pelo médico, detentor de um conhecimento legítimo que o autoriza a diagnosticar e tratar). Na sala de aula, o professor também é detentor de um conhecimento legítimo (domina um código particular, a linguagem escrita, e também formas de saber-fazer) que se confronta com o saber do aluno, oriundo de sua própria experiência, visão de mundo e cultura.
Felizmente, hoje, as diversas áreas "canônicas" de saber (como educação e saúde) têm procurado reintegrar os saberes populares, vendo-os como diferentes, mas não necessariamente opostos. A área farmacêutica tem aprendido muito, para dar um exemplo, com os conhecimentos tradicionais dos povos ameríndios. Da mesma forma, a educação tem ampliado seu olhar para incorporar o diferente e perceber que não há uma só "metodologia" possível.

domingo, 12 de abril de 2009

Como elaborar um esquema

Um esquema é a apresentação visual (isto é, por meio de elementos gráficos) de ideias, conceitos, fatores ou etapas de um processo. Este tipo de recurso é muito utilizado nas tarefas acadêmicas, podendo ser empregado para:
- sintetizar os pontos principais de um texto;
- organizar os itens de uma apresentação de seminário ou palestra;
- esboçar o esqueleto de um texto a ser redigido.

Tal versatilidade nos sugere que a técnica deva ser dominada por estudantes de todos os níveis, inclusive por aqueles que já terminaram suas graduações e se preparam para concursos. As vantagens principais são a fácil fixação dos conteúdos, bem como a praticidade para sua recapitulação.

A elaboração do esquema exige:
- a definição das ideias principais e secundárias (para se chegar até a identificação destas ideias em um texto, recomenda-se a técnica de leitura analítica);
- redação das ideias em tópicos ou frases curtas;
- disposição gráfica dos tópicos, como exemplificado na ilustração, empregando setas, colchetes, retângulos ou subordinação (enumeração das ideias diferenciando as principais das secundárias por uma sequência numérica. Ex. 1.; 1.1.; 1.2.; 2.; 2.1, etc).

Além dos exemplos que podem ser visualizados aqui, existem outros esquemas especiais, tais como o mapa mental e o mapa conceitual. Sobre eles, pretendo fazer um texto específico em uma oportunidade futura. No entanto, no link ferramentas na web, neste blog, há indicação de tutoriais e programas free que auxiliam na execução destes tipos de esquema.

quarta-feira, 8 de abril de 2009

Monografia pseudo-intelectual


Como fazer uma monografia pseudo-intelectual e receber nota 10 de uma banca formada só por PhDs? É o que "ensina" o curta-metragem que compartilho agora com vocês. Com muito bom-humor, o curta satiriza a pretensa intelectualidade daqueles que usam chavões e terminologias da moda, citando autores os quais não conhecem para dar um ar 'cult' ao trabalho de conclusão de curso ou em suas teses. Divirta-se.

segunda-feira, 23 de março de 2009

A leitura analítica

O ato da leitura é, inquestionavelmente, o principal canal de aprendizagem no ambiente acadêmico. Por mais que se discuta, reflita, debata, escreva, sempre as referências partem do universo dos livros. Mesmo que investiguemos fenômenos sociais ou naturais (que podem ser observados no "livro" da vida ou da sociedade), não podemos prescindir dos textos, sob risco de um empirismo vulgar.
Embora seja tão crucial, a leitura não é encarada por muitos como algo natural, já assimilado ao longo de suas trajetórias no ensino secundário. A consequência da falta de familiaridade com leituras é a dificuldade que as exigências trazem quando o estudante chega à universidade. Tais dificuldades podem ser vencidas com muita disciplina.
Para orientar estudantes a "esmiuçarem" um texto, Antonio Joaquim Severino (2002) sistematizou um método de leitura, chamado de método de leitura analítica. Os passos por ele propostos contribuem em muito para uma proveitosa compreensão e assimilação dos textos.
Analisar é, como define René Descartes em o Discurso do Método, "dividir cada uma das dificuldades que devesse examinar em tantas quantas partes quanto possível e necessário para resolvê-las". Aplicando ao contexto usado por Severino, a leitura analítica avança por etapas sucessivas (processos lógicos) até a compreensão global de uma unidade de leitura. As referidas etapas são a análise textual, análise temática, análise interpretativa, problematização e síntese pessoal.
A primeira etapa, a análise textual, nada mais é do que a busca de uma visão geral do texto, mediante uma leitura rápida e atenta dos elementos mais importantes. Neste momento o leitor deve buscar esclarecimentos sobre palavras desconhecidas, fatos, doutrinas e autores citados no textos e sobre os quais ele não possua conhecimento. Isto será fundamental para o entendimento da posição do autor e o contexto por ele tratado. A análise textual culminará em uma esquematização do texto, o que ajudará na formulação de uma visão de conjunto.
O procedimento lógico decorrente da análise textual é a análise temática. Esta consiste em compreender a mensagem do autor, com a identificação do tema abordado na unidade de leitura, do problema colocado pelo autor e sua tese. Trata-se de identificar o caminho seguido pelo raciocínio do autor entre ideias principais e secundárias.
A análise interpretativa da unidade de leitura decorrerá das etapas anteriores. Nela o leitor deve exercer uma atitude crítica com relação às posições do autor, verificando a coerência da argumentação, originalidade do tratamento do problema, profundidade da análise, alcance das conclusões do autor e suas consequências.
O levantamento de pontos para discussão a partir do que está explícito ou implícito no texto é o processo que Severino chama problematização. Aqui, o leitor coloca seus questionamentos às posições do autor e temas trazidos pelo texto, realizando uma reflexão individual ou debate em grupo.
Por fim, o leitor deve reelaborar a mensagem do autor, com base em sua reflexão pessoal, o que Severino chama de síntese. A síntese não se confunde com resumo, puro e simplesmente, porque o resumo é a abordagem sintética das ideias do autor. Na síntese, há um diálogo efetivo entre as ideias do autor e as reflexões efetuadas pelo leitor.

Tutorial de normas para monografia

O site Universia Brasil preparou um tutorial que explica a estrutura e as normas do trabalho monográfico conforme a ABNT.
O tutorial é muito útil e aborda de forma didática a padronização de capa, folha de rosto e outros elementos obrigatórios e não-obrigatórios para a monografia. Só não esqueça do mais importante da monografia: o conteúdo.

terça-feira, 3 de março de 2009

Melhore a velocidade da leitura

Acho, particularmente, que a leitura é algo tão prazeroso que merece ser feita com os requintes do slow food: sem pressa para degustar as idéias e emoções trazidas pelos textos.
No entanto, o volume do que temos que ler aumenta assustadoramente a cada dia: novos artigos e livros publicados ou então, quando somos estudantes, novas leituras solicitadas pelos nossos professores. Daí que hoje se torna indispensável melhorar nosso ritmo de leitura.
É natural que quem nunca leu um livro vá sentir dificuldades e enfrentar a morosidade em concluir sua leitura. Mas, podemos empregar algumas estratégias que ajudam a aprimorar nosso ritmo. Cito algumas delas, que foram compiladas por Delcio Salomon (2002):

Hábitos a se evitar:
1. Ler com movimentos da cabeça.
Na leitura, quem deve se mover sãos os olhos, e não a cabeça. Quando fazemos isto, sempre retardamos a leitura.
2. Ler silenciosamente com movimentos labiais.
Muitos acreditam que ao lermos silenciosamente as palavras acompanhando com movimentos dos lábios estaríamos gravando melhor o conteúdo da leitura. Na verdade, existem outras técnicas para este fim. No entanto, quando fazemos assim, estamos atrasando a leitura. Afinal, os olhos se movem com maior velocidade do que nossos lábios ou cabeça.

Hábitos a se cultivar:
1. Ler blocos de palavras.
O bom leitor não é aquele que lê palavra por palavra, mas consegue abarcar em seu campo de visão um número maior de palavras, captando seu sentido. Treine para, com um golpe de vista, ler o maior número de palavras de cada vez, sem esquecer da importância da compreensão.
2. Ler a parte superior das palavras.
Faça um experimento: cubra com uma régua a metade inferior de uma frase. Veja se consegue ler, mesmo com as palavras cortadas. Então, você verá que não precisamos ler a palavra inteira. Lendo por cima conseguimos aumentar nosso ritmo de leitura.
3. Ler somente a parte esquerda da palavra.
Ago. faç. out. experime. leia some. a parte esq. das palav. Conseguiu ler? Não precisamos ler integramente as palavras. Se desprezarmos as sílabas finais, nos atendo à metade esquerda da palavra também podemos aumentar nosso ritmo de leitura.

Bem, essas são algumas dicas para melhorar nosso desempenho na leitura. Devemos praticar como um atleta que treina em busca de uma medalha, sem desistir. O resultado será muito gratificante ao final.

domingo, 1 de março de 2009

Como fazer uma monografia

Nem mesmo um livro inteiro esgotaria todas as possibilidades sugeridas pelo título deste artigo: como fazer uma monografia. Mas, podemos sitematizar alguns passos sobre como realizar esta tarefa, sobretudo àqueles que se encontram sem nenhuma idéia de como proceder.

1º passo - Clareza sobre o tema
A idéia clara e precisa do que se pretende estudar já é um excelente início para se escrever uma monografia. Não estou me referindo ao assunto, mas sim ao tema da pesquisa. O assunto sugere uma área de interesse, o que sempre traz inúmeras possibilidades, sendo amplo demais. Para se fazer uma monografia é preciso ter um tema, um assunto delimitado. Deve-se lembrar que monografia quer dizer estudo sobre um único tema, portanto é conveniente fugir de temas que se bifurquem e que ensejariam duas pesquisas e não apenas uma (o que, aliás, já é suficientemente trabalhoso). Para se delimitar um tema de pesquisa existem alguns critérios que precisam ser observados.

2º passo - Levantamento bibliográfico
Uma monografia só começa a se materializar quando deixamos de lado um pouco as elocubrações sobre a escolha do tema e partimos para a ação, indo às fontes para delinear melhor nosso estudo. Como fazer isto? Não há outro caminho a não ser o de se elaborar um levantamento de livros, artigos e teses que já trataram do mesmo tema ou pelo menos do mesmo assunto que o da nossa monografia. Esse levantamento será fundamental para verificarmos, na prática, se existe material suficiente para dar suporte a nosso estudo ou não, bem como para mapear como o mesmo vem sendo estudado por outros pesquisadores, dando uma idéia exata do estado da questão de nosso objeto. Deve-se ainda fazer um registro de todas as obras encontradas sobre o tema em fichas. As fichas, que devem conter as referências bibliográficas da obra, bem como a indicação de onde podemos encontrá-la para consulta, nos ajudarão depois, no momento de leitura e coleta dos dados.

3º passo - Problematização
Toda pesquisa é norteada por uma pergunta que pretendemos responder. Pergunta sobre a causa de um determinado fenômeno ou sobre o seu comportamento. De posse dos dados iniciais coletados no levantamento bibliográfico e orientados pela delimitação do tema, então precisamos tornar claro o nosso problema de pesquisa. Para problematizar um objeto, é necessário transformar em pergunta (que possa ser respondida por meio de pesquisa) o tema que nos propusemos a estudar.

4º passo - Sumário provisório
Tendo já definido nosso objeto de estudo (o tema devidamente delimitado e problematizado), passemos então à redação do sumário provisório. Todo autor antes de escrever um livro redige uma lista de assuntos que serão tratados nos capítulos. Tal lista ajudará na hora da redação. Pois bem, antes de escrevermos nossa monografia é preciso planejar os assuntos que serão tratados nos seus capítulos. Isto é feito como num sumário de livro, com a diferença que esse nosso esqueleto será ainda provisório. Muito bem, numa folha ou mesmo no computador escreva o título de sua monografia, na sequência um rápido resumo de sua delimitação e problematização. Em seguida, relacione os títulos provisórios dos assuntos que serão abordados nos capítulos, enumerando-os. É bastante útil que cada capítulo planejado seja subdividido em itens. Exemplo:
Título
Tema
Delimitação
Problema
Cap. 1
1.1
1.2
1.3
Cap. 2
2.1
2.2
2.3
Cap. 3
(...)
Cap. 4
(...)
À medida que o estudo avançar, serão feitas alterações neste plano provisório, mas ele nos auxiliará nas etapas seguintes do trabalho.

5º passo - Coleta de dados
Quando sabemos com precisão onde queremos chegar e o que pretendemns estudar, fica mais simples realizar a tarefa da coleta de dados. É a pesquisa propriamente dita. Nesta fase levantaremos todas as informações necessárias para responder à pergunta-problema e desenvolver nossa monografia. Podemos buscar os dados em diversas fontes, como na observação de experimentos, no levantamento de dados em campo, por meio de questionários e entrevistas e ainda por meio da leitura exaustiva da bibliografia arrolada na etapa do levantamento bibliográfico. Toda a bibliografia selecionada deve ser lida e fichada. No fichamento, anotaremos as informações que mais nos interessam para o desenvolvimento da monografia. É importante anotarmos também, em fichas ou folhas avulsas, as idéias que forem surgindo da leitura. Essas fichas conterão apenas nossa reflexão sobre o assunto, não se tratando de uma cópia do pensamento dos autores estudados.

6º passo - Redação do trabalho
Com a posse de todos os fichamentos de leitura e de idéias e os dados levantados em nosso estudo de caso, passaremos agora à escrita propriamente da monografia. Antes de escrevermos, iremos reorganizar o sumário provisório, de acordo com o material que conseguimos agrupar. Uma boa estratégia é criar uma pasta (do tipo pasta-catálogo). Cada repartição será destinada a um dos capítulos. Nesses compartimentos nós iremos distribuir nossos fichamentos. Assim, para cada capítulo teremos o planejamento dos itens que serão tratados e do respectivo material pesquisado. Depois dessa organização, passamos à escrita do trabalho, lembrando que a monografia deve apresentar os resultados da pesquisa realizada e que os dados ali indicados visam a responder um problema. Não se esqueça de que as citações bibliográficas e a própria formatação do trabalho devem obedecer a normas técnicas da instituição onde o trabalho será apresentado e da ABNT (Associação Brasileira de Normas Técnicas).

Como dissemos no início, impossível esgotar um assunto como este. Mas, espero ter contribuído de alguma forma para aqueles que querem iniciar sua monografia mas que não sabiam ao certo como fazê-lo.

domingo, 22 de fevereiro de 2009

Organizando os estudos

Já se disse que o mais importante não é o quanto se estuda, mas como se estuda.
É certo que hoje dispomos de cada vez menos tempo. Muitos alunos precisam conjugar as aulas e as atividades extracurriculares com o trabalho, sem o qual, muitas vezes, não poderiam se manter nas faculdades. Alguns, que não necessitam trabalhar, frequentam cursos em período integral, que toma igualmente o seu tempo.
Por isso, a organização e a disciplina na vida de estudos são imprescindíveis para um bom desempenho acadêmico.
Antes de falar propriamente na organização é preciso que eu defina o que se entende por "vida de estudos". Pode parecer absolutamente desnecessário dizer isto, mas há muitos que pensam que suas vidas escolares resumem-se a estarem presentes em sala quando as aulas são ministradas.
Nada disso. Uma boa vida de estudos começa aí, com uma participação efetiva nas aulas e nas atividades propostas em sala. Mas, fora da universidade, em casa ou na biblioteca, é que ocorre a verdadeira preparação do estudante: leituras de textos e livros recomendados, fichamentos, sínteses e resumos e até mesmo a revisão e o estudo do conteúdo abordado na aula anterior.
Para conjugar a falta de tempo com a necessidade de momentos de estudo fora da faculdade é que se recomenda o planejamento de um cronograma de estudos. Nele (que pode se assemelhar a um calendário, com os dias das semanas) planejaremos quais as matérias serão estudadas e quanto tempo nos dedicaremos a isto.
O cronograma é bem simples e deve ser produzido de maneira realista. Não adianta pensar que estudaremos seis horas por dia, quando na verdade dispomos de pouco mais de meia hora apenas para essa atividade. Mais vale ocupar bem esta meia hora, dedicando-se cada dia da semana meia hora ao estudo de uma matéria, do que se frustrar ao não conseguir concretizar suas metas.
Então, mãos à obra: relacione em um quadro as matérias que você tem para estudar e a quantidade de tempo disponível para isso. Defina para cada dia da semana a matéria a ser estudada e durante quanto tempo isso será feito. Discipline-se para seguir sua programação, mesmo que outras atividades surjam para disputar sua atenção. Você verá que melhor do que ficar se lamentando por não ter tempo é saber administrá-lo corretamente e a seu favor.

sexta-feira, 13 de fevereiro de 2009

Você sabe estudar?

Muitos alunos têm chegado ao ensino superior (e alguns à pós-graduação) sem saber estudar. Isto ocorre pela falta de importância com que esse assunto tem sido tratado.
Além da falta de técnicas apropriadas de estudo - leitura, fichamento, esquematização e resumo -, nossos estudantes não foram acostumados à disciplina do estudo.
Avalie agora se você sabe estudar. Responda às questões do roteiro e faça uma avaliação de como, quanto e quando estuda.
Como todo tipo de teste, este funciona como um diagnóstico e não como algo de valor absoluto. No entanto, reflita com honestidade sobre as questões, examine seus pontos fortes e fracos e faça desse autoconhecimento uma fonte para melhorar sua vida de estudos na universidade.

segunda-feira, 9 de fevereiro de 2009

Portfólio como ferramenta de avaliação

Neste semestre implantaremos a avaliação dos alunos de metodologia científica por meio de um portfólio.
O portfólio documentará todos os trabalhos extraclasse e os que forem desenvolvidos em sala de aula ao longo do semestre.
Cada atividade será registrada em uma ficha que ficará com o estudante e que será juntada aos demais trabalhos acadêmicos. Ao final do bimestre, o aluno receberá uma nota pelo portfólio desenvolvido.
Com o portfólio, poderemos avaliar o aluno ao longo do processo de ensino-aprendizagem. Desta forma, o estudante poderá participara ativamente como sujeito desse processo, responsabilizando-se por sua aprendizagem.
A ficha padrão para controle do portólio pode ser obtida aqui.
Desejo que todos tenhamos um bom trabalho neste semestre que se inicia.

sábado, 17 de janeiro de 2009

Texto científico tem que se adequar à reforma ortográfica

Quem iniciou 2009 com a meta de escrever sua monografia ou tese tem um desafio adicional: adequar o texto à nova reforma ortográfica da língua portuguesa, que passou a vigorar no País em janeiro.
Muitos podem se perguntar da importância de se unificar a ortografia nos países de língua portuguesa (quinta língua mais falada no mundo), mas no meio científico a relevância é evidente. Muitas publicações deixam de circular em âmbito internacional, pois não há uma padronização ortográfica. Com a unificação, a produção científica brasileira poderá circular em um âmbito maior, sem necessidade de versão, como ocorre hoje. O mesmo valerá para livros, que poderão ser editados e circular em quaisquer dos países falantes de língua portuguesa.
Embora algumas mudanças não devam ser sentidas na prática (como a abolição do trema, praticamente em desuso há anos), outras precisam ser observadas com atenção, como as regras para hífen e acentuação.
Como a ‘internalização’ das novas regras virá somente com o tempo, alguns serviços na internet podem auxiliar na solução de dúvidas, como o site Ortografa, com dispositivo que converte automaticamente a grafia das palavras em conformidade com a reforma.
Não é preciso dizer que a perfeita expressão das idéias e seu entendimento dependem da correção ortográfica e gramatical do texto científico. Por isso, a revisão dos escritos e adequação à nova grafia são fundamentais para os pesquisadores, sejam iniciantes ou veteranos.