Como fazer uma monografia

Os passos para se elaborar uma monografia são apresentados neste texto, de forma sintética, buscando orientar estudantes que têm a missão de redigir um trabalho monográfico.

 

Tema deve ser

delimitado

Veja aqui alguns critérios que podem auxiliá-lo a ter

êxito nesta etapa de

definição da pesquisa.

 

Problema com o

problema?

A formulação do problema é crucial para bom êxito da

pesquisa. Saiba como ela

ocorre.

 

O que é pesquisa? Para que se pesquisa em ciências sociais aplicadas?

 

Artigo explica como apresentar objetivos gerais e específicos do projeto

 

Pesquisa tem que ser relevante; projeto deve indicar sua

importância social e científica

 

terça-feira, 24 de junho de 2008

O design do estudo de caso

O estudo de caso é um delineamento de pesquisa que vem sendo frequentemente utilizado no campo das Ciências Contábeis e da Administração por permitir a descrição e o aprofundamento sobre uma dada realidade social. Antonio Carlos Gil o define como "estudo profundo e exaustivo de um ou poucos objetos, permitindo seu amplo e detalhado conhecimento (GIL, 2004, p. 54).
Este tipo de pesquisa caracteriza-se pelo estudo verticalizado de um ou poucos casos, sendo que o caso consiste em nosso objeto de observação, podendo ser uma empresa, uma instituição ou outro fenômeno delimitado no tempo (quando ocorre?) e no espaço (onde acontece?).
O estudo de caso se aplica quando o pesquisador tem o interesse em observar a ocorrência do fenômeno no campo social e não discuti-lo apenas do ponto de vista da teoria. Evidentemente, a teoria dialogará com o levantamento dos dados empíricos (os dados coletados no campo, observáveis na realidade) e na interpretação dos mesmos, mas o enfoque aqui é a construção da pesquisa com base em uma realidade delimitada.
Para exemplos de estudos de caso na Administração e nas Ciências Contábeis, sugiro que o leitor se dirija ao tópico Metodologia da Pesquisa: Delineamento de pesquisas em Contabilidade e Administração, onde encontrará ligações para estudos que se valem da metodologia do estudo de caso.
O design (delineamento) do estudo de caso pressupõe algumas etapas. Como esclarece Gil (2004, p. 137-142), inicia-se o planejamento do estudo de caso pela formulação do problema. A pesquisa deve procurar responder a um questionamento sobre um determinado fenômeno. Assim, a escolha do caso para análise deve ser motivada por uma questão que pretende-se responder por meio do seu estudo e não o contrário, embora muitos imaginem erroneamente que a simples escolha de uma situação já se traduza na formulação do objeto.
Em seguida à formulação do problema, o pesquisador deve passar à definição da unidade-caso. Aqui, serão estabelecidos os critérios para seleção dos casos de estudo. Deverá se definir o número de casos (um ou se o estudo abordará múltiplos casos), bem como a delimitação de quando e onde ele será observado.
As tomadas iniciais de decisão resultarão na elaboração de um protocolo. O protocolo indicará tanto a seleção e problematização do objeto, bem como as variáveis a serem pesquisadas e sobretudo os instrumentos para coleta de dados. Elabora-se aqui um instrumento indicando como os dados serão obtidos no campo, através de instrumentos específicos de coleta (observação direta, entrevistas, questionários). O protocolo concorre para uma maior exatidão e confiabilidade nos dados.
Passada a fase de planejamento, o pesquisador vai então ao campo para realizar a coleta de dados, valendo-se dos referidos instrumentos de pesquisa. Após sua coleta, o investigador deve proceder à avaliação e análise dos dados.
Terminada esta sistematização e reflexão sobre os dados (que permitirá ao pesquisador enunciar uma reposta sobre o questionamento formulado na problematização), prepara-se o relatório. Um relatório deve apresentar sistematicamente a proposta do estudo, a metodologia ou delineamento empregado para sua elaboração, o referencial teórico que orientou a coleta e análise dos dados, bem como os resultados obtidos pela investigação.
Como em todo tipo de delineamento de pesquisa, o estudo de caso necessita um bom planejamento das etapas de investigação, assim como a clareza das opções teóricas que irão nortear a seleção dos dados empíricos e sua interpretação. A pesquisa no campo não pode estar desvinculada da teoria.


domingo, 1 de junho de 2008

O que é pesquisa? Para que?

Como vimos em nosso encontro passado, a pesquisa constitui-se em um conjunto de procedimentos que visam produzir um novo conhecimento e não reproduzir, simplesmente, o que já se sabe sobre um dado objeto em um determinado campo científico.
Sob este enfoque, podemos trazer aqui a definição de Pedro Demo, para quem "pesquisa é a atividade científica pela qual descobrimos a realidade" (DEMO, 1987, p. 23). Deve-se observar que a realidade a que se refere Demo é a realidade social, alvo de investigação das ciências humanas e sociais, entre as quais as ciências sociais aplicadas, na qual se situam a Administração e as Ciências Contábeis.
Quanto às operações intelectuais envolvidas no processo de investigação, evocamos a definição de Delcio Salomon, que traduz muito bem o que é uma pesquisa e o que nela está envolvido: "Trabalho empreendido metodologicamente, quando surge um problema, para o qual se procura a solução adequada de natureza científica" (SALOMON, 2001, p. 152).
Pesquisa é, portanto, a investigação de um problema (teórico ou empírico) realizada a partir de uma metodologia (que envolve tanto formas de abordagem do problema quanto os procedimentos de coleta de dados), cujos resultados devem ser válidos, embora a provisoriedade seja uma característica do conhecimento científico.
Uma vez definida a pesquisa, precisamos indagar sobre quais as razões de sua realização. Seguindo Richardson, os cientistas sociais pesquisam para: a) resolver problemas sociais; b)formular novas teorias e criar novos conhecimentos; c) testar teorias existentes em um campo científico (RICHARDSON, 1989, p. 16-17).
As razões apontadas valem para quase todas as ciências humanas e sociais, mas ainda devemos elencar quais seriam as exigências de se pesquisar em Administração e Contabilidade. Como bem formula Matias-Pereira, pesquisa-se nestas áreas, entre outros motivos, para "gerar conhecimento sobre o processo de planejamento, organização, acompanhamento e controle que ocorrem em organizações", bem como para "aumentar a eficiência e eficácia" nestas instituições (MATIAS-PEREIRA, 2007, p. 29).
O pesquisador das duas áreas não pode perder o foco, ainda, naquilo que deve motivar toda pesquisa: a melhoria das condições de vida do homem ou, como escreve Matias-Pereira, o "desenvolvimento social".