Como fazer uma monografia

Os passos para se elaborar uma monografia são apresentados neste texto, de forma sintética, buscando orientar estudantes que têm a missão de redigir um trabalho monográfico.

 

Tema deve ser

delimitado

Veja aqui alguns critérios que podem auxiliá-lo a ter

êxito nesta etapa de

definição da pesquisa.

 

Problema com o

problema?

A formulação do problema é crucial para bom êxito da

pesquisa. Saiba como ela

ocorre.

 

O que é pesquisa? Para que se pesquisa em ciências sociais aplicadas?

 

Artigo explica como apresentar objetivos gerais e específicos do projeto

 

Pesquisa tem que ser relevante; projeto deve indicar sua

importância social e científica

 

terça-feira, 1 de julho de 2008

Planejamento de estudos de caso em Administração

Durante abordagem sobre o delineamento de estudo de caso, alunos do 1º semestre de Administração da Unes/Finan apresentaram sugestões de temas que podem ser tratados mediante a referida metodologia. A atividade foi realizada na disciplina MCI.
Trata-se de uma primeira aproximação dos estudantes com o universo da pesquisa, mas que revelou-se muito produtiva, pois permitiu ao aluno assumir um papel ativo na construção do conhecimento, não como mero reprodutor.
Os temas (veja na postagem abaixo), com exceção de um, gravitam em torno do comércio de cidades do Mato Grosso do Sul. Isto se deve, em grande parte, à atividade comercial fazer parte do universo mais imediato dos estudantes, que ou trabalham em estabelecimentos comerciais ou são empreendedores neste campo.
Espera-se que esta atividade de sala de aula não se encerre nela mesma e que os temas ganhem vida, dando início a pesquisas, ou instigando os estudantes para a investigação acadêmica.

Alunos apresentam temas de estudo de caso

Grupo

Tema

Delineamento

Jeniffer e Carlos Alberto

Vendedores

objetivos
· estudar a qualidade no atendimento
· investigar processo de vendas e pós-vendas

definição de casos
· uma loja situada em Nova Andradina (MS)
· comércio de móveis e eletrodomésticos
· entre o período de 2005 à 2008

coleta de dados
entrevistas com clientes sobre atendimento
qualidade dos produtos pós-vendas burocracia na abertura de créditos
fontes documentais

Eder, Pedro, Thamires, Carlos e Guilherme

Resíduos industriais

Objetivo

Analisar os impactos ambientais causados por resíduos sólidos e líquidos lançado no meio ambiente por frigoríficos e como amenizar estes impactos.

Definição de casos Frigorífico em Batayporã (MS)

Coleta de dados Entrevista com bióloga responsável por frigorífico

Maycon, Bruno, Paulo, Carlos Henrique, João Rafael

Estudo de crediário

Objetivo

Investigar crediário em Supermercado, analisando forma de pagamento, forma de cobranças, cadastro de clientes, prazo e inadimplência

Definição de casos

Supermercado em Nova Andradina (MS)
Período da pesquisa: início em 25/06/08

Coleta de dados
Entrevista com funcionários do setor (04)

Fernanda e Wesley

Vendas

Objetivo

Identificar o modo de atendimento dos vendedores e seu conhecimento em relação ao produto vendido

Detectar a satisfação do cliente

Definição de caso

Empresa comercial do setor de peças localizada em Nova Andradina (MS). O estudo será feito em apenas um caso.A análise feita somente em uma empresa.

terça-feira, 24 de junho de 2008

O design do estudo de caso

O estudo de caso é um delineamento de pesquisa que vem sendo frequentemente utilizado no campo das Ciências Contábeis e da Administração por permitir a descrição e o aprofundamento sobre uma dada realidade social. Antonio Carlos Gil o define como "estudo profundo e exaustivo de um ou poucos objetos, permitindo seu amplo e detalhado conhecimento (GIL, 2004, p. 54).
Este tipo de pesquisa caracteriza-se pelo estudo verticalizado de um ou poucos casos, sendo que o caso consiste em nosso objeto de observação, podendo ser uma empresa, uma instituição ou outro fenômeno delimitado no tempo (quando ocorre?) e no espaço (onde acontece?).
O estudo de caso se aplica quando o pesquisador tem o interesse em observar a ocorrência do fenômeno no campo social e não discuti-lo apenas do ponto de vista da teoria. Evidentemente, a teoria dialogará com o levantamento dos dados empíricos (os dados coletados no campo, observáveis na realidade) e na interpretação dos mesmos, mas o enfoque aqui é a construção da pesquisa com base em uma realidade delimitada.
Para exemplos de estudos de caso na Administração e nas Ciências Contábeis, sugiro que o leitor se dirija ao tópico Metodologia da Pesquisa: Delineamento de pesquisas em Contabilidade e Administração, onde encontrará ligações para estudos que se valem da metodologia do estudo de caso.
O design (delineamento) do estudo de caso pressupõe algumas etapas. Como esclarece Gil (2004, p. 137-142), inicia-se o planejamento do estudo de caso pela formulação do problema. A pesquisa deve procurar responder a um questionamento sobre um determinado fenômeno. Assim, a escolha do caso para análise deve ser motivada por uma questão que pretende-se responder por meio do seu estudo e não o contrário, embora muitos imaginem erroneamente que a simples escolha de uma situação já se traduza na formulação do objeto.
Em seguida à formulação do problema, o pesquisador deve passar à definição da unidade-caso. Aqui, serão estabelecidos os critérios para seleção dos casos de estudo. Deverá se definir o número de casos (um ou se o estudo abordará múltiplos casos), bem como a delimitação de quando e onde ele será observado.
As tomadas iniciais de decisão resultarão na elaboração de um protocolo. O protocolo indicará tanto a seleção e problematização do objeto, bem como as variáveis a serem pesquisadas e sobretudo os instrumentos para coleta de dados. Elabora-se aqui um instrumento indicando como os dados serão obtidos no campo, através de instrumentos específicos de coleta (observação direta, entrevistas, questionários). O protocolo concorre para uma maior exatidão e confiabilidade nos dados.
Passada a fase de planejamento, o pesquisador vai então ao campo para realizar a coleta de dados, valendo-se dos referidos instrumentos de pesquisa. Após sua coleta, o investigador deve proceder à avaliação e análise dos dados.
Terminada esta sistematização e reflexão sobre os dados (que permitirá ao pesquisador enunciar uma reposta sobre o questionamento formulado na problematização), prepara-se o relatório. Um relatório deve apresentar sistematicamente a proposta do estudo, a metodologia ou delineamento empregado para sua elaboração, o referencial teórico que orientou a coleta e análise dos dados, bem como os resultados obtidos pela investigação.
Como em todo tipo de delineamento de pesquisa, o estudo de caso necessita um bom planejamento das etapas de investigação, assim como a clareza das opções teóricas que irão nortear a seleção dos dados empíricos e sua interpretação. A pesquisa no campo não pode estar desvinculada da teoria.


domingo, 1 de junho de 2008

O que é pesquisa? Para que?

Como vimos em nosso encontro passado, a pesquisa constitui-se em um conjunto de procedimentos que visam produzir um novo conhecimento e não reproduzir, simplesmente, o que já se sabe sobre um dado objeto em um determinado campo científico.
Sob este enfoque, podemos trazer aqui a definição de Pedro Demo, para quem "pesquisa é a atividade científica pela qual descobrimos a realidade" (DEMO, 1987, p. 23). Deve-se observar que a realidade a que se refere Demo é a realidade social, alvo de investigação das ciências humanas e sociais, entre as quais as ciências sociais aplicadas, na qual se situam a Administração e as Ciências Contábeis.
Quanto às operações intelectuais envolvidas no processo de investigação, evocamos a definição de Delcio Salomon, que traduz muito bem o que é uma pesquisa e o que nela está envolvido: "Trabalho empreendido metodologicamente, quando surge um problema, para o qual se procura a solução adequada de natureza científica" (SALOMON, 2001, p. 152).
Pesquisa é, portanto, a investigação de um problema (teórico ou empírico) realizada a partir de uma metodologia (que envolve tanto formas de abordagem do problema quanto os procedimentos de coleta de dados), cujos resultados devem ser válidos, embora a provisoriedade seja uma característica do conhecimento científico.
Uma vez definida a pesquisa, precisamos indagar sobre quais as razões de sua realização. Seguindo Richardson, os cientistas sociais pesquisam para: a) resolver problemas sociais; b)formular novas teorias e criar novos conhecimentos; c) testar teorias existentes em um campo científico (RICHARDSON, 1989, p. 16-17).
As razões apontadas valem para quase todas as ciências humanas e sociais, mas ainda devemos elencar quais seriam as exigências de se pesquisar em Administração e Contabilidade. Como bem formula Matias-Pereira, pesquisa-se nestas áreas, entre outros motivos, para "gerar conhecimento sobre o processo de planejamento, organização, acompanhamento e controle que ocorrem em organizações", bem como para "aumentar a eficiência e eficácia" nestas instituições (MATIAS-PEREIRA, 2007, p. 29).
O pesquisador das duas áreas não pode perder o foco, ainda, naquilo que deve motivar toda pesquisa: a melhoria das condições de vida do homem ou, como escreve Matias-Pereira, o "desenvolvimento social".


sexta-feira, 30 de maio de 2008

Delineamento de pesquisas em Contabilidade e Administração

Para acompanhar nosso estudo em sala dos diferentes tipos de delineamento de pesquisa em Contabilidade e Administração, postarei alguns links de artigos que serão utilizados para discussão quanto ao aspecto metodológico.
O que nos interessa é verificar como as pesquisas relacionadas foram elaboradas, quais os procedimentos de coleta de dados e análises foram empregados pelos pesquisadores. O objetivo não é criar um modelo, mas possibilitar um acompanhamento didático dos procedimentos através da abordagem de casos concretos.
Para discussão de estudo de caso, analisaremos o texto Teoria da contingência e contabilidade gerencial: um estudo de caso sobre o processo de mudança na Controladoria do Banco do Brasil; na área de administração, temos o trabalho A administração de caixa em empresas de pequeno porte : estudo de caso no setor hoteleiro de Salvador-BA.
Já para os estudos com enfoque quantitativo, veremos O call center e a fidelização de clientes: um estudo quantitativo no setor bancário de São Paulo.
Como se vê, selecionei estudos qualitativos e quantitativos, visando mostrar os diferentes designs metodológicos possíveis em pesquisa. Não propomos uma dicotomia entre os dois métodos, mas sim mostrar suas diferenças e aplicabilidades no contexto da pesquisa científica em contabilidade e administração.
Boas leituras.

terça-feira, 13 de maio de 2008

O fichamento de leitura



Dentre os diversos tipos de fichas e fichamentos, o mais imprescindível deles é o de leitura. Na verdade, todo estudante deveria manter suas fichas (ou documentação de leitura) em dia e atualizadas. Sobre os benefícios da prática, já escrevi em um tópico anterior.Portanto, vamos ao tema.
O fichamento é uma técnica de estudo e ferramenta imprescindível de todo pesquisador. Seu nome nos remete para o modo artesanal através do qual a técnica se desenvolveu: da prática de registro de informações em fichas, objetivando a sistematização ou reflexão do conhecimento.
Hoje, com o auxílio da informática, temos ao alcance programas de bancos de dados, que permitem este trabalho e praticamente eliminam o papel no processo de sua formulação. Todas as informações são registradas em fichas digitais. Mas ainda assim, constituem-se fichas e fichamentos...
Uma boa ficha de leitura (independente do suporte, digital ou analógico) serve para sistematizar o conteúdo essencial de uma obra, bem como articulá-lo com nossa reflexão pessoal.
Com sua experiência de pesquisador e escritor, Umberto Eco (1983, p. 96-111) propõe que uma ficha de leitura contenha alguns elementos, como podemos visualizar acima. Os componentes principais são:
- Indicações bibliográficas da obra que está sendo fichada;
- Informações sobre o autor (quando não o conhecemos e necessitamos deste suporte);
- Citações literais de trechos mais importantes da obra (usando aspas nas transcrições);
- Comentários pessoais (quando fizermos nossas observações, é importante deixar claro seu caráter pessoal, diferenciando-as por cores ou usando colchetes para tudo aquilo que for opinião nossa e não do autor).
Com a prática sistemática do fichamento certamente iremos fazer adaptações pessoais, incorporaremos outros elementos e nuances particulares ao trabalho. É o caminho natural da aplicação de uma orientação metodológica. Não podemos perder o foco, nunca, de que as técnicas estão a nosso serviço. Nunca o contrário.

quinta-feira, 8 de maio de 2008

Eu odeio metodologia

Não, você não está maluco.
O título acima é o que você realmente está lendo. Só que a frase "Eu odeio metodologia" não sou eu quem está dizendo. É o título de várias comunidades no Orkut (rede de relacionamentos na Internet) que encontrei enquanto pesquisava sobre redes virtuais.
Movido por uma "curiosidade científica", entrei nas comunidades, buscando tentar compreender aquela manifestação. Em primeiro lugar elas revelam a irreverência estudantil, a livre maneira de se manifestar da juventude, e isto é ótimo.
No entanto, quando lemos os scraps, as mensagens deixadas, verificamos que tudo aquilo que os estudantes odeiam (por exemplo, fazer trabalho e apresentá-lo na frente da classe) não é necessariamente atributo da metodologia, e sim estratégias didáticas que variam de professor para professor e que não são exclusividade da metodologia.
Da mesma forma, observamos que há um apego ao entendimento de que a metodologia consiste em um conjunto inócuo de regras e normas, como se só estas (que são na verdade um capítulo muito pequeno dentro do rico e amplo universo da metodologia) existissem.


Também pude encontrar nestes scraps argumentos mais bizarros, como o de um estudante que disse que "ninguém merece" metodologia já que esta o obriga a dispor dos domingos para fazer trabalhos ao invés de se dedicar ao "laser" (assim mesmo, com "s"). No seu entendimento, a metodologia é "coisa de louco", ou ainda, uma "frescura".
Sei que afirmações como esta partem de alunos inteligentes, mas que infelizmente reproduzem de modo a-crítico um discurso cheio de falácias e pré-concepções. Tal discurso é vivo em ambientes onde não há tradição de pesquisa acadêmica e se pensa que o aluno deve ser preparado apenas para o mercado, como se hoje o próprio mercado não exigisse profissionais com múltiplas habilidades (veja-se, por exemplo, quantos graduados estão hoje em busca de tais qualificações em cursos de especialização e pós-graduação stricto sensu).
Pensei até em reagir, ao ver as comunidades virtuais desancando a metodologia, e formatar outra em resposta, defendendo a mim e a meus colegas que insistimos anos a fio a ensinar a pesquisar: "Eu odeio quem odeia metodologia".
Mas, pensando bem, eu também vou criar uma comunidade no Orkut para aqueles que odeiam metodologia. E na descrição vou relacionar todos os motivos que tornam a metodologia realmente odiosa:
- A metodologia nos obriga a pensar com critério e rigor (e pensar dói);
- A metodologia exige que ampliemos nosso vocabulário e que nos expressemos com clareza (falar axim, nem pensar);
- A metodologia torna complicada nossa vida, pois temos organizar os trabalhos que antes poderíamos fazer de qualquer jeito;
- A metodologia nos obriga ler, gastar horas de nosso tempo na frente de livros enquanto poderíamos estar na balada e nos churras;
- A metodologia quer nos emancipar da dependência intelectual, tornando-nos investigadores e não meros reprodutores de conhecimento, escravos das idéias alheias;
Por todas estas razões, "odiadores" de metodologia de todo o mundo, uni-vos.